6 de março de 2012

Alma e Espírito

Assunto difícil! Temos os dicotomistas, os tricotomistas, e uma discussão que não tem fim. Mas não foquemos nisso, antes foquemos no âmago. O homem é um ser divisível (Hebreus 4:12)! Ele tem uma porção física, e uma porção espiritual. A bíblia nos díz que estas partes se digladiam entre si (Galatás 5:16).

Até hoje a teoria tricotomista me atrai mais. A idéia de que somos espírito, alma e corpo (I Tessalonicensses 5:22) me dá o entendimento de que somos corpo (físico), que a alma dá vida a este corpo, vida esta que pode escolher viver com Deus ou aparte deste, e podemos receber um espírito da parte do Senhor, e essa é a porção do próprio Deus que passa a nos habitar a medida que aceitamos Deus como algo vivo, real e verdadeiro. O sábio Pastor Ariovaldo Ramos, do qual já disse antes, tem uma profunda e bela sensibilidade quanto ao Amor de Deus por nós, disse certa vez em uma pregação, que Deus ao nos aceitar como servos, filhos e amigos, na verdade sela o seu Espírito junto a nossa alma (Efésios 1:13). Dessa forma é como se Deus fizesse uma amálgama entre o Seu Espírito com nossa alma.

Podemos ver porções disso na história da humanidade. Quando o ser humano é inspirado com vida por Deus ele produz coisas belíssimas. Vou me ater aqui somente aos convertidos, pois se fossemos falar da inspiração comum que Deus dá a todos, pois como ele é soberano, usa as peças que ele escolhe e não as que achamos serem melhores. Afinal Deus vê o interior das pessoas e não a superfície como nós. Mas voltando ao ponto dos batizados e inpirados. Não precisamos nem ir muito longe, mas pessoas como Lutero que se sentiu compelido a combater algo que ele acreditava ser errado. Veja Jonh Bunyan e seu peregrino, uma história de certa forma até simples, mas que é contemporânea até hoje. Não há uma vez sequer que eu escute um hino como a sensível Maravilhosa Graça (Amazing Grace) de John Newton ou graciosa Rude Cruz (The Old Rugged Cross) de George Bennard e não sinta vontade de chorar. Não as escuto com os ouvidos, mas elas parece tocar direto na alma.

E por mais que estejamos calando nossa alma, a dessensibilizando com toda essa correria do nosso tempo, a pseudo falta de tempo para apreciar o belo e o simples mundo que Deus ainda sustenta, onde praticamente tudo é um milagre, ainda assim podemos notar momentos de profunda inspiração. Eu não sei vocês, mas eu lembro de um momento onde eu simplesmente chorava, de alegria, de medo, de euforia, onde as sensações físicas eram fruto de algo muito, mas muito mais profundo... o momento do nascimento dos meus filhos. É um momento de milagre extremo e que todos os dias acontecem, mas nós não o percebemos mais. Notamos esses momentos quando decidimos nos retirar da correria e paramos para apreciar um belo pôr-do-sol... algo contra o qual não há tristeza que resista. Quando decidimos ao invés de olhar a torrente de escritores, editores e ensaístas da internet, preferimos caminhar com os pés descalços na terra úmida, sentir o perfume das flores. Momentos como quando um amigo ou parente querido nos deixa neste mundo mal e parte para uma viagem que todos faremos, e talvez por isso Salomão na sua velhice nos diz que é melhor estar em um lugar onde o luto está presente, do que onde a alegria é abundante e vazia (Eclesiastes 7:2).

Me sinto feliz quando alguém faz algo com uma verdade superior a que está aparente. Com uma sensibilidade que simplesmente extrapola o âmbito do racional. Quando leio, escuto ou assisto algo que é produto da alma de alguém, costumo ficar muito balançado, pensativo, sensível e me sinto humanizado. Nestes dias estava vendo o testemunho do John Mark McMillan sobre a música How He Loves e fiquei profundamente chocado. Por isso aquela música mexia tanto comigo. Nunca havia parado antes para saber mais sobre ele ou a música, mas outro dia vendo vídeos no youtube o testemunho foi referenciado e realmente senti pude sentir a tristeza com a qual ele escreveu a música, mas também fiquei feliz. Ainda há pessoas, muitas delas, se preocupando em fazer as coisas com sua alma e o Espírito juntos, e dessa forma, nos presenteando com obras assim, tão belas. É bom quando percebemos  que o mesmo Espírito que inspirou todos aqueles autores, de belas obras do passado, o faz hoje, o faz agora. Abaixo deixo o o testemunho do processo de como a música foi escrita, e a música propriamente dita agregada ao fim (legendada).


E que Deus tenha não somente misericórdia de nós, e nos trate com graça, mas permite que antes de expirarmos possamos fazer pelo menos um ato na vida de uma pessoa, onde ela possa permitir essa inspiração do Espírito. 

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