4 de setembro de 2013

Lamentação


O homem, nascido da mulher, é de poucos dias e cheio de inquietação. Nasce como a flor, e murcha; foge também como a sombra, e não permanece. Sobre esse tal abres os teus olhos, e a mim me fazes entrarf em juízo contigo? Quem do imundo tirará o puro? Ninguém. Visto que os seus dias estão determinados, contigo está o número dos seus meses; tu lhe puseste limites, e ele não poderá passar além deles. Desvia dele o teu rosto, para que ele descanse e, como o jornaleiro, tenha contentamento no seu dia. Porque há esperança para a árvore, que, se for cortada, ainda torne a brotar, e que não cessem os seus renovos. Ainda que envelheça a sua raiz na terra, e morra o seu tronco no pó, contudo ao cheiro das águas brotará, e lançará ramos como uma planta nova. O homem, porém, morre e se desfaz; sim, rende o homem o espírito, e então onde está? Como as águas se retiram de um lago, e um rio se esgota e seca, assim o homem se deita, e não se levanta; até que não haja mais céus não acordará nem será despertado de seu sono.

Um comentário:

  1. Seu blog é encantador, estive a ver e ler algumas coisas, não li muito, porque espero voltar mais algumas vezes,mas deu para ver a sua dedicação e sempre a prendemos ao ler blogs como o seu. Se me der a honra de visitar e ler algumas coisas no Peregrino e servo ficarei radiante, e se desejar deixe um comentário. Abraço fraterno.António.

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