18 de fevereiro de 2013

A Igreja e o Estado

 

"Não há autoridade que não venha de Deus, as autoridades que existem foram por ele estabelicidas..." Rm.13

Em outras palavras, governos são estabelecidos por Deus para a preservação da ordem. A igreja não tem desavenças fundamentais quanto ao Estado agindo como Estado, restringindo a maldade mesmo com o uso da força.
A Igreja da Reforma não tem o direito de chamar a atenção direta do Estado quanto a ações especificamente políticas. Contudo, desempenha um papel vital para o Estado. Qual é esse papel? A igreja deve "questionar continuamente o Estado quanto a se sua ação pode ser justificada como uma legítima ação do Estado, ou seja, uma ação que produza a lei e a ordem, e não a ilegalidade e a desordem". Em outras palavras, é o papel da igreja ajudar o Estado a ser Estado. Se o Estado não cria uma atmosfera de lei e ordem, como a Escritura diz ser preciso, é então o trabalho da igreja chamar a atenção do Estado para essa falha. E se, por outro lado, o Estado cria uma atmosfera de "lei e ordem excessiva", é papel da igreja chamar a atenção do Estado também a esse respeito.
Se o Estado cria "lei e ordem excessiva", então "o Estado desenvolve seu poder de tal forma que priva a pregação e a fé cristã [...] de seus direitos". A igreja, deve resejeitar essa intromissão da ordem do Estado precisamente por causa de seu melhor conhecimento do Estado e das limitações de suas ações. O Estado que ameaça a proclamação cristã nega a si mesmo.

Três formas possíveis nas quais a igreja pode atuar em relação ao Estado.

A primeira, já mencionada, consiste no questionamento por parte da igreja sobre as ações e legitimidade do Estado - ajudar o Estado a ser o Estado como ordenado por Deus. A segunda maneira seria "ajudar as vítimas da ação do Estado". A igreja "tem uma obrigação incondicional para com as vítimas de qualquer ordem da sociedade, mesmo que elas não pertençam à comunidade cristã".
A terceira maneira em que a igreja pode agir em relação ao Estado, consite em não apenas fazer um curativo nas vítimas das roda, mas colocar uma trava na roda em si. Ou seja, às vezes não é suficiente apenas ajudar os oprimidos pelas más ações do Estado; em algum ponto,, a igreja deve agir diretamente contra o Estado para impedi-lo de perpetrar o mal. Permite-se a isso, apenas quando à igreja vÊ sua própria existência ameaçada pelo Estado, e quando o Estado deixa de ser o Estado tal como definido por Deus. Nesse caso, a igreja estaria "in status confessionis, e aqui o Estado estaria no ato de negar a si mesmo". "Confessar o Evangelho" siginificava simplesmente levar as boas-novas de Jesus Cristo. Aqui, o que está em jogo não é a incumbência da pregação cristã em dizer: aqui está a igreja, onde negros, judeus, alemães e brasileiros estão juntos sob a Palavra de Deus, aí está a prova se uma igreja ainad é a igreja ou não.

"Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher, pois todos são um em Cristo Jesus". Gl.3;28


Metaxas, E. Bonhoeffer - Pastor, Mártir, Profeta, Espião. 1° Ed. São Paulo, Mundo Cristão, 2011, Pag.168-169
 
 
 
 
 
Ósculos & Amplexos
Davi 

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