18 de dezembro de 2011

Homens e Deuses

Este fim-de-semana eu assisti homens o filme "Homens e Deuses" (Des hommes et des dieux). Abaixo tem o trailer para vocês saberem do que falarei:


Um filme sensível e saboroso, ainda que trágico. Conta a história de um grupo de monges franceses que se dedicam a vida religiosa na Argélia. Apesar de estarem em uma região onde o islã é a religião dominante, eles não somente persistem na vida e hábitos cristãos, como são totalmente integrados na comunidade local e inclusive reconhecidos como fonte de estabilidade e crescimento.

O título do filme tem a ver com uma passagem do Salmos, os versos 6 e 7 do Salmo 82:
"Eu disse: Vós sois deuses, e todos vós filhos do Altíssimo. Todavia morrereis como homens, e caireis como qualquer dos príncipes." Salmos 82:6-7
É um Salmo de Asafe, que um grande cantor ou algo equivalente a um ministro de louvor naqueles tempos, e neste Salmo ele aborda a questão do julgamento divino sobre os humanos que julgam de forma hipócrita e leviana.

Eu já esperava que o filme do Xavier Beauvois fosse bom, e a meses eu queria assistí-lo. Mas reservei para um dia solitário e silencioso. Além de contar com uma fotografia linda, a beleza da música monástica, e uam história humana e baseada em fatos históricos, o filme conta com atuações fantásticas.

Aqui reservo a uma confissão! Eu sempre fico chocado quando vejo alguma vertente católica que não idolatra o papa nem os santos, nem Maria. Foi assim ao ler Hans Staden por exemplo, que apresenta uma fé em Jesus, e no Deus Altíssimo. Ao invés de focar nas tradições e ritos, que tem importância e nós protestantes querendo ou não temos os nossos, eles focaram nas relações humanas e nos esforço de criar ligações com os muçulmanos locais. Explico: em vez de perder tempo discutindo teologia e doutrina, os monges preferem servir a comunidade com comida, tratamento médico e amizade. Me lembrou muito a igreja de Atos 2. Eles eram reconhecidos pela comunidade muçulmana não pelo que fazia de diferente, mas pelo que eram e representavam para eles, servindo a comunidade sem cobrar e sem colocar fardos e exigências sobre ela. Alguns podem até não gostar do que estou escrevendo, mas reconheço que gostaria de ver mais porções da igreja fazendo isso! Outra coisa que se faz necessário em ser esclarecida, é que a região da Argélia padecia com uma guerra civil na época da história, em 1996. Por isso acabam por surgir conflitos que colocam a vida não somente dos monges como de toda a aldeia em risco.

Termino expressando aqui minha satisfação em ter assistido este belíssimo filme, seguramente o melhor que assisti este ano. Recomendo a todos que queiram assistir um bom filme, que nos faz pensar, e nos eleva a alma. Termino citando Blaise Pascal, utilizado primeiramente pelo personagem médico Luc:
"Os homens jamais fazem o mal tão completamente e com tanta alegria como quando o fazem a partir de uma convicção religiosa."

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