4 de julho de 2011

Escolhas


Puxa vida, fazem duas semanas que não consigo escrever. Muita correria e frio, e é terrível escrever com os dedos congelando, mas hoje vou conseguir, graças ao meu potente aquecedor de 1500 W, rs.

Nesse meio tempo li todo o livro de "Yochanan" e comecei a ler "Atos dos Emissários de Yeshua". Os lembro que estou lendo o B'rit Hadashah, que é o Novo Testamento traduzido por um judeu messiânico, o teólogo David H. Stern. A primeira vez que ouvi falar deste livro foi através de uma série de estudos realizados na IBAB, pelo pr. Ed René Kivitz chamado "O Lado B dos Milagres de Jesus". O pr. Ed René Kivitz aqui aborda não apenas a questão do milagre, ou seja a cura e o alívio que traz instantaneamente na vida dos afetados pelo milagre, mas que eles também serviram para atestar a messianidade de Jesus. Quem quiser baixar as nove mensagens eu recomendo, alargaram os meus horizontes em relação a minha visão de Reino de Deus, e ao papel de Yeshua (Jesus). 

E enquanto estava terminado o livro de Lucas, o meu amigo Davi Dallava, co-autor do blog, me recomendou ler o livro de Yochanan. O apóstolo, que significa emissário) João, conhecido também como "aquele a quem Yeshua (Jesus) amava" escreveu um evangelho denso em Amor. O foco de todo o livro é a revelação e o motivo do amor de Deus. E eu particularmente fiquei chocado com alguns detalhes no texto.

Um destes detalhes é a questão das escolhas feitas pelo homem. Na caminhada de Yeshua neste mundo, ele fez uma escolha muito clara! Não era ele o objeto da história, mas representava de forma unívoca o Amor de Deus pelo homem (humanidade). Por isso ele se submeteu ao batismo perante João (no livro de João ele testifica o batismo do Espírito Santo sobre Yeshua, em Jo 1.29-34) . Esse foi o assunto da conversa com Nakdimon (Nicodemos, em João 3). E muitas outras coisas me chamaram a atenção, mas uma das mais que realmente me chocaram foi a forma como os kohanim e os pru'shim (principais sacerdotes do templo e os fariseus) ficaram tentando Yeshua e procurando uma forma de tirar a sua vida, pois Yeshua era uma ameaça ao poder deles. E o pico dessa "promiscuidade" espiritual que vendeu-se ao preço da vida de Yeshua foi a soltura de Bar-Abba!

Este momento da história é particularmente dramático, pois tudo ocorre na festa judia do Pesach (ou Pessach, dependendo da bibliografia a tradução muda a grafia). A Pesach (do hebraico פסח, ou seja, passagem) e representa o sacrifício do cordeiro, ocorrido na primeira vez no momento da libertação do Egito, quando a décima praga assolaria aquela região e sacrificaria os primogênitos das famílias que não tivessem os ombrais das portas sinalizados com o sangue de um cordeiro sem mácula. E esta festa foi instituída por Deus para isto, para lembrança da passagem do anjo que trouxe a morte aos primogênitos. Por outro lado, logo após o sacrifício, os judeus celebravam a Chag haMatzot que é a festa dos pães ázimos, e é este o momento celebrado na última ceia (seder) por Yeshua e seus talmidim (discípulos).

Pois neste momento sublime, para cumprir o maior ato de Amor que o mundo já viu, que foi o sacrifício de um homem que também era o Filho de Deus, em prol de toda a humanidade, que se apresentava como filho de Deus e que realizou muitos sinais, maravilhas e prodígios em nome de Deus, para atestar a messianidade que possuía e seu propósito como Filho de Deus. Yeshua por mais de uma vez se referiu a Deus como Abba, Pai em hebraico, mas não é um jeito formal, é a forma como uma criança se refere a seu pai. É quase um balbuciar como "Papa". E uma forma muito comum de se referir as pessoas na Ysra'el daquele tempo era se referir a que família se referia a pessoa. Um exemplo é quando Yeshua (Jesus) chama Shim'on Bar-Yochanan (João 1:42), ou seja Simão, Filho de João.

Voltando ao momento do julgamento de Jesus, todos tinham medo de matá-lo, pois Yeshua já tinha prestígio entre o povo. Anás não conseguiu condená-lo, pois Yeshua não havia pecado, e o mandou para Caifás. Caifás (sumo sacerdote daquele ano) já havia determinado que Yeshua deveria morrer, e aqui cabe uma inferência minha, para que eles pudessem manter-se no poder religioso da época. Encaminharam Yeshua par Pôncio Pilatos que não encontrou motivo do porque condenar Yeshua. E como era a época da Pesach permitiu que o povo escolhesse um preso para ser solto. E o povo escolheu, incitado por Caifás e os sacedortes, por Bar-Abba (Barrabás). O "filho" do "pai", exatamente o título que Jesus chamava para si. Mas Bar-Abba como dito anteriormente era um bandido conhecido. E o povo escolheu alguém que tinha motivo para permanecer preso, ao ínves de libertar o verdadeiro Yeshua "Bar-Abba", o Filho do Deus Vivo. Além disso durante a Pesach o povo fez o sacríficio do "Cordeiro sem Mácula", necessário para satisfazer a lei já estabelecida no começo dos tempos por Deus, que exigia este sacrifício para que o povo fosse justificado pelos seus pecados.

Este livro é riquíssimo e escrever este artigo é muito pouco. Mas uma coisa que fiz que realmente tem me sido muito útil para o estudo da palavra é que você tenha uma Bíblia sem comentários. Por que disto? Uma bíblia comentada é fantástica para preparar sermões, mas ela é como uma versão filmada de um livro. Te dá a perspectiva de quem escreveu os comentários. E sinto que é muito mais fácil o Ruach HaKodesh (Espírto Santo) agir quando não temos interferência alguma. Apenas nós e a Palavra de Deus, para podermos entrar em comunhão com o Deus "Abba" (Pai), Yeshua HaMashiach, e o Ruach HaKodesch.

Posso aqui dar um breve testemunho pessoal sobre escolhas. Há pouco mais de 2 anos estava muito infeliz no meu emprego, mesmo trabalhando para um cristão, algumas coisas que presenciava me entristeceram. E apesar dos meus patrões serem bons comigo eu realmente andava infeliz. Um dia após uma conversa na qual esperei um ano para ter, no pico da minha tristeza e frustração ao invés de decidir sai, ao ir almoçar orei ao Senhor por direção. Pois naquela tarde um amigo querido me ligou e uma empresa que já havia tentando me contratar fez nova proposta. Permaneci em oração até que tudo se mostrasse certo, ou não. Após dois anos posso afirmar que trabalho exclusivamente com o que gosto, sou reconhecido pelo entendimento e sabedoria que Deus permitiu que eu acumulasse na minha profissão, e estou muito satisfeito com a empresa para a qual trabalho atualmente. Sinto que Deus proporcionou tudo certo e na hora certa, e quando eu escolhi fazer as coisas com calma e conversando com ele, tudo correu de forma excelente.

Saibamos agir e escolher portanto o melhor caminho, no meio dos muitos errados que se apresentam. Pois até nisto Deus se propoem a nos ajudar! (Leia Salmos 20:4, 143:10, 25:4, Provérbios 16:1)


Obs.: Lembro a todos que este blog não é o fruto de um teólogo de formação, e nem se propõem a defender uma doutrina específica. Como já disse anteriormente, tem muita gente melhor e mais preparada do que eu para falar de Deus, mas quis compartilhar como cristão e parceiro de caminhada este pouco da porção de conhecimento que Deus tem me revelado. 

Referências:

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