A morte ia comigo e eu, com ela.E vi o seu ridículo vestido,o andar desajeitado e sem sentido,o rosto com penteado de donzela,sendo tão velha, velha, no ruídode suas meias e sapatos de heras.Então não resisti e me ri dela,caçoava de seus gestos confundidos.E desta sisudez que nada espera,mas sabe que na vida um só gemidopode fazê-la emudecer. Insistoem rir de sua passagem sem estrela,sem grandeza nenhuma. E se resisto,
é porque está em mim quem vai vencê-la.
Carlos Nejar
crédito foto: Fabio Marini
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